sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Filme sobre a vida do papa mostra anos sombrios de ditadura argentina



A vida do papa Francisco durante os anos sombrios da ditadura militar na Argentina, de 1976 a 1983, é narrada no filme "Il papa della gente", do italiano Daniel Luchetti, que estreia na próxima quinta-feira (3) na Itália.
O filme, de 98 minutos de duração, narra a história do argentino Jorge Mario Bergoglio (Rodrigo De la Serna) do início de sua vida sacerdotal até sua eleição ao Trono de Pedro, em março de 2013, quando ele aparece pela primeira vez no balcão de São Pedro vestido de branco e com uma simples cruz de ferro, dizendo "Boa noite".
A obra conta suas experiências como professor da escola superior, seu namoro, sua passagem ao sacerdócio, sua convicta defesa dos pobres e, sobretudo, suas decisões - algumas muito difíceis.
Entre elas, o filme relata sua vivência como padre provincial dos jesuítas argentinos durante os trágicos anos da repressão militar, quando centenas de opositores eram presos, torturados e assassinados nos terríveis "voos da morte".

Papa Francisco denuncia no Quênia a injustiça imposta por minorias

O Papa Francisco denunciou nesta sexta-feira (27) em Kangemi, um dos bairros mais pobres de Nairóbi, a "atroz injustiça" vivida pelos habitantes das "periferias contaminadas" e "abandonadas" por minorias que "concentram poder e riqueza".
"Como não denunciar as injustiças que sofrem? A atroz injustiça da marginalização urbana. São as feridas provocadas por minorias que concentram o poder, a riqueza e esbanjam com egoísmo, enquanto crescentes maiorias devem refugiar-se em periferias abandonadas, contaminadas, descartadas", disse Francisco.
O Papa discursou na igreja de São José Operário, administrada por jesuítas, neste grande bairro de mais de 100.000 habitantes.
O discurso, dedicado à urbanização, foi o mais crítico de sua viagem ao continente africano e complementou o pronunciado na véspera a favor do meio ambiente e da distribuição justa de recursos ante as agências da ONU em Nairóbi.
Diante dos fiéis de Kangemi, Francisco denunciou "novas formas de colonialismo" que relegam os países africanos a ser "peças de um mecanismo e de uma engrenagem gigantesca", que os submetem a pressões "para que adotem políticas de descarte, como a da redução da natalidade".
O pontífice criticou "a falta de acesso às infraestruturas e serviços básicos: banheiros, redes de esgoto, bueiros, coleta de lixo, luz, estradas, mas também escolas, hospitais, centros recreativos e esportivos, unidades artísticas".
"Negar água a uma família, sob qualquer pretexto burocrático, é uma grande injustiça, sobretudo quando se lucra com esta necessidade", lamentou.
Também condenou a "injusta distribuição do solo (...) que leva em muitos casos famílias inteiras a pagar aluguéis abusivos por residências em condições nada adequadas" e o "monopólio de terras por parte de 'promotores privados' sem rosto, que até pretendem apropriar-se do pátio das escolas de seus filhos".
Em janeiro, a polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar as crianças que protestavam contra a concessão de um terreno de sua escola para um projeto imobiliário relacionado com um político, caso que provocou grande escândalo no Quênia.
"A hostilidade que sofrem os bairros populares se agrava quando a violência se generaliza e as organizações criminosas, a serviço de interesses econômicos ou políticos, utilizam crianças e jovens para seus negócios violentos", prosseguiu, antes de homenagear as "mulheres que lutam heroicamente para proteger seus filhos e filhas dos perigos".
Recordando o "direito sagrado aos 'três T', terra, teto e trabalho", o papa defendeu uma "respeitosa integração urbana".
"Nem erradicação, nem paternalismo, nem indiferença, nem mera contenção", disse.
Depois que uma religiosa do bairro criticou o fato de apenas 4% do clero de Nairóbi trabalhar nos subúrbios pobres, que concentram metade da população da capital queniana, Francisco fez um apelo a favor do envolvimento de todos os cristãos.
"Na verdade, me sinto como em casa", afirmou no início do discurso.
O pontífice foi muito aplaudido pelos fiéis, que permaneceram quase o tempo todo em um silêncio respeitoso, quandi seu despediu em suahili: "Mungu awabariki" ("Que Deus os abençoe").

Papa critica arrogância dos homens e o desprezo às mulheres em Nairóbi

O Papa Francisco denunciou nesta quinta-feira (26) diante de centenas de milhares de quenianos, reunidos para uma missa em Nairóbi, "a arrogância dos homens e o desprezo às mulheres", e pediu a defesa da família e a proteção "ao inocente que ainda não nasceu".
"Estamos chamados a resistir às práticas que favorecem a arrogância dos homens, que ferem ou desprezam as mulheres, que não cuidam dos idosos e ameaçam a vida do inocente que ainda não nasceu", declarou o pontífice na missa celebrada no campus da Universidade de Nairóbi.
O Papa, no segundo dia de visita ao continente africano, celebrou o fato de que "a sociedade do Quênia se viu abençoada durante muito tempo por uma sólida vida familiar", sentida no "profundo respeito à sabedoria das pessoas mais velhas".
"A saúde de toda sociedade depende sempre da saúde das famílias. A fé na palavra de Deus nos chama a apoiar as famílias em sua missão no interior da sociedade, a acolher as crianças como uma bênção para nosso mundo", completou em sua homilia, pronunciada em italiano e traduzida para o inglês.
A solidez da família "é especialmente importante hoje em dia, quando assistimos ao avanço de novos desertos criados por uma cultura de materialismo, egoísmo e indiferença".
Em um país traumatizado por episódios de violência étnica nos últimos anos, o papa também fez um apelo aos jovens para que "rejeitem tudo o que leva ao preconceito e à discriminação, porque estas coisas já sabemos que não são de Deus".
O pontífice está desde quarta-feira no Quênia, primeira etapa de sua viagem ao continente africano, que prosseguirá por Uganda e República Centro-Africana.

sábado, 14 de novembro de 2015

Papa participará de um culto ecumênico luterano em Roma

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco vai visitar a Igreja evangélica Luterana de Roma, na tarde deste domingo (15/11), para participar de um culto dominical. Foi o que anunciou o Pastor da comunidade romana, Jens-Martin Kruse.
Além da Comunidade local luterana e dos dois párocos das igrejas católicas de São Camilo e de São Patrício, estarão presentes no encontro com o Papa o decano e o vice-decano da Igreja evangélica Luterana na Itália, respectivamente o Pastor Heiner Bludau e Jakob Betz, como também a presidente do Sínodo Luterano, Christiane Gröben.
A última vez que um Pontífice visitou esta Comunidade Luterana de Roma foi em 14 de março de 2010, quando Bento XVI participou de um culto em alemão. No entanto, o Papa João Paulo II foi o primeiro a visitar esta igreja em 11 de dezembro de 1983, por ocasião dos 500 anos de nascimento do Reformador Martinho Lutero.
A visita que o Papa Francisco fará à Comunidade Luterana da sua Diocese de Roma se realiza dois anos antes do 500° aniversário da Reforma, que será celebrada, em 2017, no mundo inteiro.
Mas, vamos ouvir um trecho da entrevista que o Pastor Luterano, Jens Martin Kruse, concedeu  à Rádio Vaticano:
“O encontro será dividido em duas partes: primeiro, alguns membros da comunidade manterá um diálogo com o Papa, em forma de pergunta e resposta. Esta é uma coisa maravilhosa, uma verdadeira novidade no caminho ecumênico. Depois, se passará ao culto dominical. A celebração ecumênica prevê uma reflexão sobre o trecho bíblico do Juízo Universal, previsto pelo calendário litúrgico da Igreja Luterana. Trata-se de um belo texto do Evangelho de Mateus, que bem reflete os tempos em que vivemos. O coral da comunidade luterana vai abrilhantar a celebração ecumênica, que se concluirá com o trecho Cristo ressuscitou, de Johann Sebastian Bach, pois o que une os cristãos é precisamente a esperança da ressurreição. Eis o ponto alto do compromisso para a unidade dos cristãos”. (MT)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Papa pede para as famílias conversarem na mesa e não usarem o celular

Milhares de fiéis vieram, como toda quarta-feira, à Praça de São Pedro para ouvir e cumprimentar o Papa Francisco na audiência geral. Enquanto dava a volta na praça com o papamóvel, três crianças foram escolhidas para subir com ele e acompanha-lo no jeep branco durante alguns minutos. O Santo Padre parava para cumprimentar os fieis, e aproximavam-lhe os bebês para que lhes desse a sua bênção. Bandeiras de diversos países acenavam para a passagem do Pontífice, enquanto os peregrinos cantavam o nome do Papa e lhe mostravam a sua proximidade com mensagem de carinho.
Antes de começar a leitura do Evangelho, o Santo Padre recordou que nestes dias o Congresso Nacional da Igreja Italiana está reunido em Florença – onde ele próprio esteve ontem – e pediu para se rezar uma Ave Maria por este encontro.
Na catequese desta semana, dando continuidade ao tema da família, refletiu sobre a convivência. No resumo que o Papa fez em espanhol, sua língua materna, indicou que “na vida familiar aprendemos desde crianças a convivência, belíssima virtude que nos ensina a compartilhar, com alegria, os bens da vida". O símbolo mais evidente – disse – é a família reunida ao redor da mesa doméstica, onde se compartilha não só a comida, mas também os afetos, os acontecimentos alegres e também os tristes. Dessa forma, o Santo Padre explicou que “esta virtude constitui uma experiência fundamental na vida de cada pessoa e é um termômetro seguro para medir a saúde das relações familiares. Uma família que não almoça unida ou que enquanto almoça não dialoga e está olhando para a televisão ou que cada um fica no seu celular, é uma família ‘pouco familiar’, eu diria que é uma família automática”.
Também disse que "os cristãos temos uma vocação especial para a convivência. Jesus não deixava de comer com os seus amigos. E representava o Reino de Deus como um banquete alegre”. Foi também no contexto de um jantar – observou – onde entregou aos discípulos o seu testamento espiritual, e instituiu a Eucaristia. Finalmente, indicou que “é justamente na celebração Eucarística onde a família, inspirando-se na sua própria experiência, se abre à graça de um convívio universal e uma fraternidade sem fronteiras, segundo o coração de Cristo, que entrega o seu Corpo e derrama o seu Sangue pela salvação de todos”.
Em seguida, cumprimentou os peregrinos de língua espanhola e todos os grupos da Espanha e América Latina. Por isso pediu: “roquemos para que cada família, participando na Eucaristia, se abra ao amor de Deus e do próximo, especialmente com aqueles que carecem de pão e de afeto. Que o próximo Jubileu da Misericórdia nos faça ver a beleza da partilha”.

Após as saudações nas várias línguas, o Santo Padre dedicou umas palavras especiais para os jovens, os doentes e os recém-casados. Para os jovens pediu que o Senhor lhes ajude a ser "defensores da misericórdia e da reconciliação". Aos doentes desejou que o Senhor lhes “apoie para não perderem a confiança, nem sequer nos momentos de dura prova”. Finalmente, aos recém-casados exortou que encontrem no Evangelho a alegria de acolher cada vida humana, especialmente a fraca e indefesa.