Um
ex-arcebispo e embaixador do papa na República Dominicana ficou doente e foi
levado ao hospital neste sábado (11) antes da abertura de seu julgamento
por acusação de abuso sexual de menores, disse uma autoridade do Vaticano.
Jozef
Wesolowski, ex-arcebispo e "núncio apostólico" (embaixador do
Vaticano) em Santo Domingo, é acusado de pagar garotos para fazerem sexo, e de
baixar e comercializar material pedófilo na internet, além de ofender a moral
cristã.
Preso no
pequeno Estado do Vaticano desde setembro de 2014, Wesolowski se queixou,
dizendo que se sentia doente na sexta-feira, e então foi levado uma unidade de
tratamento intensivo na Itália. Autoridades do Vaticano não forneceram mais
detalhes a respeito da situação do ex-arcebispo.
O
julgamento, visto como um importante passo na tentativa do Papa Francisco de
fazer uma limpa na Igreja Católica, teve início mesmo sem o réu, com a corte
lendo todas as cinco acusações contra o polonês de 66 anos de idade. A
audiência foi então adiada.
Wesolowski é
o primeiro membro da alta cúpula da Igreja Católica a enfrentar um julgamento
no Vaticano por acusações de abuso sexual, e o caso está sendo acompanhado de
perto por vítimas de abuso de padres, que já acusaram o Vaticano de abafar inúmeros
outros escândalos.
A fim de
"limpar" o clero, deixando-o mais respeitável para ações em todo o
mundo, o Papa Francisco reescreveu algumas regras da Igreja Católica, abrindo
caminho para o julgamento deste sábado, considerado histórico.
Wesolowski,
que foi levado ao sacerdócio por seu compatriota, o Papa João Paulo, foi
chamado de volta de Santo Domingo para Roma em 2013, quando as acusações contra
ele apareceram.
Procurando
restaurar a credibilidade da Igreja Católica Romana, Papa Francisco determinou em
2013 que o código penal do Vaticano poderia ser aplicado para todos os seus
empregados onde quer que eles vivessem.
Em junho,
ele aprovou a criação de um tribunal no Vaticano, sem precedentes, para julgar
bispos acusados de mascarar ou omitir abuso sexual de menores.

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