
“A maioria
dos participantes do Sínodo sobre a Família julga necessário encontrar soluções
a respeito dos sacramentos para os divorciados recasados” e “embora os bispos
estejam ainda divididos sobre este tema, a novidade é que a maior parte da
Assembleia concordou que ‘não fazer nada ou mudar tudo’ não são posturas
representativas ou realistas”.
Foi o que
adiantou Padre Federico Lombardi ontem (12) na coletiva aos jornalistas
encarregados da cobertura do Sínodo dos Bispos, na Sala de Imprensa do
Vaticano.
Divorciados
e recasados
Os 270
padres sinodais, cardeais, bispos e sacerdotes que participam da Assembleia
começaram a debater sobre a terceira parte do “Instrumentus Laboris” (documento
de base), que inclui a questão dos divorciados que contraíram novo matrimônio.
Alguns
explicaram que apesar de mudar a doutrina não ser possível, se pode conjugar
‘verdade e misericórdia’ e estudar ‘soluções e caminhos pastorais’ para os
divorciados que se recasaram civilmente. Outros, no entanto, expressaram uma
posição ‘negativa’ sobre dar a comunhão a estes fiéis.
Padre
Lombardi explicou que este tema foi abordado na sessão de sábado:
“Alguns
pronunciamentos – poucos – eram contrários; mas é preciso lembrar que isto era
sempre no contexto da atenção da Igreja por todas as pessoas que se encontram
em situações difíceis e que é necessário encontrar também maneiras para lhes
fazer sentir integrados na vida da Igreja, e a proximidade da Igreja”.
Blog e
presumível carta com críticas
Sobre as
divisões entre os participantes, um blog de informação religiosa publicou uma
carta que treze cardeais teriam enviado ao Papa denunciando que a metodologia
utilizada no Sínodo é intencionalmente ‘pilotada’ para que seja dominado pelo
problema teológico/doutrinal da comunhão aos divorciados que se recasaram.
O Diretor da
Sala de Imprensa não quis comentar a existência do documento, mas fez notar que
alguns cardeais (presumivelmente) signatários desmentiram ter participado da
redação desta carta.
Relatio
Finalis
Enfim, o
sacerdote esclareceu que a respeito do documento final, a “Relatio Finalis” que
os padres sinodais deverão votar com suas propostas sobre a família no próximo
dia 24 de outubro, será o Papa a decidir se publicá-lo ou não.
“O que hoje não sabemos ainda com certeza é o que o Papa decidirá sobre a
Relatio. Ele pode fazer como ano passado e ordenar a sua publicação imediata;
ou dizer aos padres sinodais: ‘Obrigada, eu a tenho para mim e faço uma
Exortação Apostólica’. Pode também receber, refletir e publicá-la depois de
alguns dias”.
No Sínodo
extraordinário sobre o mesmo tema, em outubro de 2014, Francisco decidiu
publicar o documento.
Por Rádio
Vaticano
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