quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Esse pode ser o nosso Último Natal, diz Papa Francisco

 O Papa Francisco falou aos fiéis presentes na Praça de São Pedro que o Natal desse ano possa ser o último para a humanidade. Em 2015, o Papa Francisco pediu perdão em nome da Igreja pelos escândalos recentes em Roma.para francisco (1)

Em um discurso severo, o Papa disse que o atual cenário caótico do mundo marca o começo do ‘final dos tempos’, e nessa mesma época no próximo ano o mundo tende a estar de uma forma irreconhecível, conta o site YourNewsWire.


para francisco natal face

Francisco, que anteriormente havia anunciado o começo da Terceira Guerra Mundial, rotulou o Natal desse ano como uma “charada”, durante uma missa na Casa Santa Maria, no começo de Dezembro.

Durante o discurso foi citado ataques terroristas pelo mundo, como ataques a aviões, entre outros.para francisco (2)

“Nós estamos fechados para o Natal. Haverão luzes, haverão festas, árvores brilhantes, e até cenários natalinos, tudo às mil maravilhas. Enquanto o mundo continua em guerra”, disse o Papa.

O Pontífice, que completou 79 anos também nesse mês, elaborou para o seu discurso a seguinte fala:“Enquanto o mundo passa fome, queima, e se declina para um caos maior, nós devemos perceber que a celebração natalina esse ano, para aqueles que celebram, possa ser a última”.

A não ser que o caminho para a paz seja reconhecido, nós devemos chorar pelas vítimas inocentes que crescem a cada dia, e pedir perdão para Deus. Assim como Jesus e Deus choram, eu choro também”, acrescentou o Papa Francisco.para francisco (5)

Alguns tratam como necessidade o que para outros é algo inimaginável.

Um tanto diferente dos outros Papas, seja pela evolução que o Tempo proporciona, ou por um impulso pessoal seu, Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, apresenta uma postura fora do comum para o poderio romano.

Não apenas em seus discursos, mas o que mais chama a atenção são os pequenos atos que o Papa vem demonstrando, que revelam grandes resultados.

Estaria o Papa sabendo de algo que não pode dizer publicamente, mas mesmo assim está tentando nos dar um recado?

para francisco (1)

A creditamos que o papa queira fazer com que mudemos nossas atitudes como humanidade, para que a paz possa estar em todos os lugares da terra. E que não vivamos uma ilusão como fazemos atualmente, onde uns comemoram e outros fazem guerra para sustentar esta comemoração. Para que possamos abrir os olhos e se enxergar-nos como uma grande fraternidade humana. Pois apenas onde todos estão em paz é que realmente existe a paz. O amor deve estar nas legislações.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Conheça a história da santa protetora dos olhos

Santa Luzia (ou Santa Lúcia), cujo nome deriva do latim, é muito amada e invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz.
Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda.
Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade”.
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.
Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão (“Luzia” deriva de “luz”), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra “A Divina Comédia”, que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.
Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo.
Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304.
Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

Papa Francisco confirma viagem ao México para fevereiro de 2016

O papa Francisco parte para a República Centro-Africana, última etapa de sua viagem à África (Foto: Stefano Rellandini / Reuters)
O papa Francisco confirmou que viajará ao México e que fará uma visita ao santuário da Nossa Senhora de Guadalupe no dia 13 de fevereiro, data em que os católicos mexicanos comemoram o dia da a padroeira do país.
"Vajarei para venerá-la em seu Santuário", disse o pontífice neste sábado durante sua homilia em espanhol, na missa na Basílica de São Pedro em homenagem a Virgem.
Esta será a quarta viagem de Francisco ao continente americano. Durante seu pontificado, ele já esteve no Rio de Janeiro (julho de 2013), Equador, Bolívia e Paraguai (julho de 2015) e Estados Unidos e Cuba (setembro de 2015).
Na volta de sua passagem pela África, no mês passado, ele já tinha antecipado a intenção de ir ao México. Conforme disse, sua vontade era visitar o santuário e "três ou quatro cidades", entre elas San Cristóbal de las Casas (Chiapas), Morelia (Michoacán) e "quase certo" Ciudad Juárez (Chihuahua).
"Minha idade não favorece as viagens, elas deixam marca. Vou ao México e o primeiro que farei é visitar a Mãe da América (Nossa Senhora de Guadalupe)", disse.
Ele explicou que, "se não fosse por ela, não escolheria a Cidade do México pelo critério da viagem, que é visitar algumas cidades que nunca tenham sido visitadas por um papa".
Além disso, indicou que foi convidado para ir à Basílica de Nossa Senhora Aparecida em 2017 e, a partir de lá, poderia ir a outro país, embora tenha ressaltado que, por enquanto, "não há planos".

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Filme sobre a vida do papa mostra anos sombrios de ditadura argentina



A vida do papa Francisco durante os anos sombrios da ditadura militar na Argentina, de 1976 a 1983, é narrada no filme "Il papa della gente", do italiano Daniel Luchetti, que estreia na próxima quinta-feira (3) na Itália.
O filme, de 98 minutos de duração, narra a história do argentino Jorge Mario Bergoglio (Rodrigo De la Serna) do início de sua vida sacerdotal até sua eleição ao Trono de Pedro, em março de 2013, quando ele aparece pela primeira vez no balcão de São Pedro vestido de branco e com uma simples cruz de ferro, dizendo "Boa noite".
A obra conta suas experiências como professor da escola superior, seu namoro, sua passagem ao sacerdócio, sua convicta defesa dos pobres e, sobretudo, suas decisões - algumas muito difíceis.
Entre elas, o filme relata sua vivência como padre provincial dos jesuítas argentinos durante os trágicos anos da repressão militar, quando centenas de opositores eram presos, torturados e assassinados nos terríveis "voos da morte".

Papa Francisco denuncia no Quênia a injustiça imposta por minorias

O Papa Francisco denunciou nesta sexta-feira (27) em Kangemi, um dos bairros mais pobres de Nairóbi, a "atroz injustiça" vivida pelos habitantes das "periferias contaminadas" e "abandonadas" por minorias que "concentram poder e riqueza".
"Como não denunciar as injustiças que sofrem? A atroz injustiça da marginalização urbana. São as feridas provocadas por minorias que concentram o poder, a riqueza e esbanjam com egoísmo, enquanto crescentes maiorias devem refugiar-se em periferias abandonadas, contaminadas, descartadas", disse Francisco.
O Papa discursou na igreja de São José Operário, administrada por jesuítas, neste grande bairro de mais de 100.000 habitantes.
O discurso, dedicado à urbanização, foi o mais crítico de sua viagem ao continente africano e complementou o pronunciado na véspera a favor do meio ambiente e da distribuição justa de recursos ante as agências da ONU em Nairóbi.
Diante dos fiéis de Kangemi, Francisco denunciou "novas formas de colonialismo" que relegam os países africanos a ser "peças de um mecanismo e de uma engrenagem gigantesca", que os submetem a pressões "para que adotem políticas de descarte, como a da redução da natalidade".
O pontífice criticou "a falta de acesso às infraestruturas e serviços básicos: banheiros, redes de esgoto, bueiros, coleta de lixo, luz, estradas, mas também escolas, hospitais, centros recreativos e esportivos, unidades artísticas".
"Negar água a uma família, sob qualquer pretexto burocrático, é uma grande injustiça, sobretudo quando se lucra com esta necessidade", lamentou.
Também condenou a "injusta distribuição do solo (...) que leva em muitos casos famílias inteiras a pagar aluguéis abusivos por residências em condições nada adequadas" e o "monopólio de terras por parte de 'promotores privados' sem rosto, que até pretendem apropriar-se do pátio das escolas de seus filhos".
Em janeiro, a polícia utilizou gás lacrimogêneo para dispersar as crianças que protestavam contra a concessão de um terreno de sua escola para um projeto imobiliário relacionado com um político, caso que provocou grande escândalo no Quênia.
"A hostilidade que sofrem os bairros populares se agrava quando a violência se generaliza e as organizações criminosas, a serviço de interesses econômicos ou políticos, utilizam crianças e jovens para seus negócios violentos", prosseguiu, antes de homenagear as "mulheres que lutam heroicamente para proteger seus filhos e filhas dos perigos".
Recordando o "direito sagrado aos 'três T', terra, teto e trabalho", o papa defendeu uma "respeitosa integração urbana".
"Nem erradicação, nem paternalismo, nem indiferença, nem mera contenção", disse.
Depois que uma religiosa do bairro criticou o fato de apenas 4% do clero de Nairóbi trabalhar nos subúrbios pobres, que concentram metade da população da capital queniana, Francisco fez um apelo a favor do envolvimento de todos os cristãos.
"Na verdade, me sinto como em casa", afirmou no início do discurso.
O pontífice foi muito aplaudido pelos fiéis, que permaneceram quase o tempo todo em um silêncio respeitoso, quandi seu despediu em suahili: "Mungu awabariki" ("Que Deus os abençoe").

Papa critica arrogância dos homens e o desprezo às mulheres em Nairóbi

O Papa Francisco denunciou nesta quinta-feira (26) diante de centenas de milhares de quenianos, reunidos para uma missa em Nairóbi, "a arrogância dos homens e o desprezo às mulheres", e pediu a defesa da família e a proteção "ao inocente que ainda não nasceu".
"Estamos chamados a resistir às práticas que favorecem a arrogância dos homens, que ferem ou desprezam as mulheres, que não cuidam dos idosos e ameaçam a vida do inocente que ainda não nasceu", declarou o pontífice na missa celebrada no campus da Universidade de Nairóbi.
O Papa, no segundo dia de visita ao continente africano, celebrou o fato de que "a sociedade do Quênia se viu abençoada durante muito tempo por uma sólida vida familiar", sentida no "profundo respeito à sabedoria das pessoas mais velhas".
"A saúde de toda sociedade depende sempre da saúde das famílias. A fé na palavra de Deus nos chama a apoiar as famílias em sua missão no interior da sociedade, a acolher as crianças como uma bênção para nosso mundo", completou em sua homilia, pronunciada em italiano e traduzida para o inglês.
A solidez da família "é especialmente importante hoje em dia, quando assistimos ao avanço de novos desertos criados por uma cultura de materialismo, egoísmo e indiferença".
Em um país traumatizado por episódios de violência étnica nos últimos anos, o papa também fez um apelo aos jovens para que "rejeitem tudo o que leva ao preconceito e à discriminação, porque estas coisas já sabemos que não são de Deus".
O pontífice está desde quarta-feira no Quênia, primeira etapa de sua viagem ao continente africano, que prosseguirá por Uganda e República Centro-Africana.

sábado, 14 de novembro de 2015

Papa participará de um culto ecumênico luterano em Roma

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco vai visitar a Igreja evangélica Luterana de Roma, na tarde deste domingo (15/11), para participar de um culto dominical. Foi o que anunciou o Pastor da comunidade romana, Jens-Martin Kruse.
Além da Comunidade local luterana e dos dois párocos das igrejas católicas de São Camilo e de São Patrício, estarão presentes no encontro com o Papa o decano e o vice-decano da Igreja evangélica Luterana na Itália, respectivamente o Pastor Heiner Bludau e Jakob Betz, como também a presidente do Sínodo Luterano, Christiane Gröben.
A última vez que um Pontífice visitou esta Comunidade Luterana de Roma foi em 14 de março de 2010, quando Bento XVI participou de um culto em alemão. No entanto, o Papa João Paulo II foi o primeiro a visitar esta igreja em 11 de dezembro de 1983, por ocasião dos 500 anos de nascimento do Reformador Martinho Lutero.
A visita que o Papa Francisco fará à Comunidade Luterana da sua Diocese de Roma se realiza dois anos antes do 500° aniversário da Reforma, que será celebrada, em 2017, no mundo inteiro.
Mas, vamos ouvir um trecho da entrevista que o Pastor Luterano, Jens Martin Kruse, concedeu  à Rádio Vaticano:
“O encontro será dividido em duas partes: primeiro, alguns membros da comunidade manterá um diálogo com o Papa, em forma de pergunta e resposta. Esta é uma coisa maravilhosa, uma verdadeira novidade no caminho ecumênico. Depois, se passará ao culto dominical. A celebração ecumênica prevê uma reflexão sobre o trecho bíblico do Juízo Universal, previsto pelo calendário litúrgico da Igreja Luterana. Trata-se de um belo texto do Evangelho de Mateus, que bem reflete os tempos em que vivemos. O coral da comunidade luterana vai abrilhantar a celebração ecumênica, que se concluirá com o trecho Cristo ressuscitou, de Johann Sebastian Bach, pois o que une os cristãos é precisamente a esperança da ressurreição. Eis o ponto alto do compromisso para a unidade dos cristãos”. (MT)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Papa pede para as famílias conversarem na mesa e não usarem o celular

Milhares de fiéis vieram, como toda quarta-feira, à Praça de São Pedro para ouvir e cumprimentar o Papa Francisco na audiência geral. Enquanto dava a volta na praça com o papamóvel, três crianças foram escolhidas para subir com ele e acompanha-lo no jeep branco durante alguns minutos. O Santo Padre parava para cumprimentar os fieis, e aproximavam-lhe os bebês para que lhes desse a sua bênção. Bandeiras de diversos países acenavam para a passagem do Pontífice, enquanto os peregrinos cantavam o nome do Papa e lhe mostravam a sua proximidade com mensagem de carinho.
Antes de começar a leitura do Evangelho, o Santo Padre recordou que nestes dias o Congresso Nacional da Igreja Italiana está reunido em Florença – onde ele próprio esteve ontem – e pediu para se rezar uma Ave Maria por este encontro.
Na catequese desta semana, dando continuidade ao tema da família, refletiu sobre a convivência. No resumo que o Papa fez em espanhol, sua língua materna, indicou que “na vida familiar aprendemos desde crianças a convivência, belíssima virtude que nos ensina a compartilhar, com alegria, os bens da vida". O símbolo mais evidente – disse – é a família reunida ao redor da mesa doméstica, onde se compartilha não só a comida, mas também os afetos, os acontecimentos alegres e também os tristes. Dessa forma, o Santo Padre explicou que “esta virtude constitui uma experiência fundamental na vida de cada pessoa e é um termômetro seguro para medir a saúde das relações familiares. Uma família que não almoça unida ou que enquanto almoça não dialoga e está olhando para a televisão ou que cada um fica no seu celular, é uma família ‘pouco familiar’, eu diria que é uma família automática”.
Também disse que "os cristãos temos uma vocação especial para a convivência. Jesus não deixava de comer com os seus amigos. E representava o Reino de Deus como um banquete alegre”. Foi também no contexto de um jantar – observou – onde entregou aos discípulos o seu testamento espiritual, e instituiu a Eucaristia. Finalmente, indicou que “é justamente na celebração Eucarística onde a família, inspirando-se na sua própria experiência, se abre à graça de um convívio universal e uma fraternidade sem fronteiras, segundo o coração de Cristo, que entrega o seu Corpo e derrama o seu Sangue pela salvação de todos”.
Em seguida, cumprimentou os peregrinos de língua espanhola e todos os grupos da Espanha e América Latina. Por isso pediu: “roquemos para que cada família, participando na Eucaristia, se abra ao amor de Deus e do próximo, especialmente com aqueles que carecem de pão e de afeto. Que o próximo Jubileu da Misericórdia nos faça ver a beleza da partilha”.

Após as saudações nas várias línguas, o Santo Padre dedicou umas palavras especiais para os jovens, os doentes e os recém-casados. Para os jovens pediu que o Senhor lhes ajude a ser "defensores da misericórdia e da reconciliação". Aos doentes desejou que o Senhor lhes “apoie para não perderem a confiança, nem sequer nos momentos de dura prova”. Finalmente, aos recém-casados exortou que encontrem no Evangelho a alegria de acolher cada vida humana, especialmente a fraca e indefesa.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Oito coisas que talvez não sabia sobre o popular São Judas Tadeu

LIMA – São Judas Tadeu é um dos santos mais populares e queridos entre os católicos devido aos numerosos “favores” que seus devotos asseguram ter conseguido por meio da sua intercessão. Confira a seguir, oito coisas que talvez não sabia sobre São Judas Tadeu, o conhecido patrono das causas impossíveis.

1. Tadeu significa “magnânimo”

A tradição na Igreja conhece este apóstolo como Judas Tadeu. Os Evangelistas São Mateus e São Marcos o nomeiam simplesmente “Tadeu” (Mt 10, 3; Mc 3, 18) e Lucas o denomina “Judas de Santiago” (Lc 6, 16; At 1, 13). Judas significa “Deus seja louvado”.

Não sabemos exatamente de onde provém o segundo nome Tadeu, provavelmente vem do aramaico “taddà’”, isto é “peito” e, portanto, significaria “magnânimo”. Ou talvez surgiu da abreviação de um nome grego como “Teodoro, Teódoto”.

2. Era primo de Jesus

Algumas pessoas afirmam que São Judas Tadeu era irmão do Apóstolo São Tiago, filho de Alfeu (Cleofas), o qual era irmão de São José. Segundo o documento publicado pela Congregação para o Clero, Cleofas se casou com Maria de Cleofas, depois de enviuvar de seu primeiro matrimônio de que nasceu São Judas Tadeu.

Esta outra Maria era a “irmã” da Virgem Maria que estava ao pé da cruz (Jo 19,25). Portanto, São Tiago Menor e Judas seriam primos de Jesus e sobrinhos de São José e da Santíssima Virgem. Entretanto, não conseguiram comprovar se Maria de Cleofas era “irmã” de sangue da Virgem Maria ou somente sua cunhada porque nesse tempo se chamava “irmãos” os parentes em geral.

3. Parecia muito com Jesus

São Judas Tadeu normalmente é representado com uma medalha no peito, com o rosto de Cristo impresso. Isto acontece porque se parecia com Jesus fisicamente e também espiritualmente. Além disso, o santo carrega uma chama de fogo na cabeça a qual manifesta que recebeu o Espírito Santo em Pentecostes.

Outros escultores o mostram levando uma Bíblia em referência ao livro que leva seu nome. Em sua mão aparece uma machadinha, referente ao seu martírio, ou um cajado como símbolo das grandes distâncias que percorria enquanto pregava.

4. Morreu mártir junto a São Simão

São Judas Tadeu pregou primeiro na Judeia, em seguida foi a Mesopotâmia e finalmente a Pérsia, lugar no qual se reuniu com o apóstolo São Simão e juntos combateram as heresias de Zaroes e Arfexat, dois sacerdotes pagãos que levantaram o povo contra as obras dos apóstolos. Ambos os apóstolos receberam juntos a coroa do martírio e por isso a Igreja os celebra no mesmo dia. As relíquias dos Santos estão em um altar da Basílica de São Pedro no Vaticano.

5. Teve uma visão de Jesus antes de morrer

Antes de morrer, São Judas olhou para São Simão e lhe disse que viu o Senhor que os chamava para Ele. Segundo a antiga tradição, mataram São Simão cortando seu corpo em dois e cortaram a cabeça de São Judas Tadeu com uma machadinha. A Igreja no ocidente celebra o seu dia em 28 de outubro.

6. É padroeiro das causas impossíveis

Santa Brígida da Suécia, mística e padroeira da Europa, escreveu que um dia Jesus lhe recomendou que quando quisesse obter certos favores, deveria pedir pela intercessão de São Judas Tadeu. Por esta razão é considerado padroeiro das causas impossíveis, assim como Santa Rita de Cássia.

7. Tem uma epístola na Bíblia

A Epístola ou Carta de Judas faz parte do Novo Testamento e é atribuída a São Judas Tadeu. Foi escrita em grego entre os anos 62 e 65, antes da queda de Jerusalém. Foi escrita por Judas, irmão de São Tiago, e não está dirigida a ninguém, nem a alguma Igreja em particular.

Através dela, repreende os falsos mestres e convida todos a manterem a pureza da fé. A carta termina com uma bela oração (Jd 1, 25) que diz: “Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora e para todo o sempre. Amém”.

8. A Igreja não avaliza as polêmicas correntes de oração

Normalmente circulam pela Internet e em papéis deixados nas casas ou nos templos, uma suposta “corrente ou Novena Milagrosa a São Judas Tadeu” a qual exige que o conteúdo seja compartilhado a um número determinado de pessoas e dentro de um período de tempo para obter bênçãos e ameaça com maus aqueles que não o façam. A origem é desconhecida, mas a Igreja não avaliza estas iniciativas.

Comunhão aos divorciados recasados: uma questão aberta

Cidade do Vaticano – Depois da publicação do Documento final da XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família, muitas foram as interpretações da imprensa a respeito das decisões tomadas quanto à comunhão aos divorciados recasados.

A respeito deste tema, o Programa Brasileiro entrevistou o Arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer:

“O texto final que foi votado reflete a dificuldade de se dizer uma palavra unânime sobre este assunto, porque há muita divergência sobre que tipo de atitudes devem ser tomadas. Pode ou não pode: não é este o caminho escolhido. É claro que seria a solução simples, mas não é esta que nós podemos dar. A questão é complexa e questões complexas não podem ser respondidas simplesmente com um sim ou não. Enfim, existem múltiplas situações e o Sínodo, que não é ainda a palavra do Papa, não decidiu nada sobre isso. Eventualmente, o Papa poderá decidir que não podem se aproximar da mesa eucarística ou poderá dizer ‘em tais e tais situações, observadas tais normas, poderão se aproximar da mesa eucarística’. Então isso ainda permanece uma questão aberta. O Sínodo, enquanto tal, indicou alguns caminhos que poderiam ser seguidos, mas o Sínodo não decidiu nada sobre isto.”

Fonte: Rádio Vaticano

Atualizando:
Cardeal Odilo Scherer: O Sínodo sobre a família

Cidade do Vaticano (RV) – Durante o recente Sínodo dos Bispos sobre a família, realizado no Vaticano, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, diariamente, através da Rádio Vaticano, trouxe os conteúdos dos trabalhos sinodais, aos fiéis do Brasil. Na conclusão dos trabalhos do Sínodo Dom Odilo respondeu algumas perguntas à nossa emissora e também outras ao Jornal O São Paulo. Publicamos a entrevista do O São Paulo.
1. A 14ª assembleia ordinária do Sínodo foi encerrada no dia 25 de outubro. Como descrever a experiência desse Sínodo, na condição de participante dele?
R. Foi uma experiência eclesial muito intensa e bonita. Deu para perceber a universalidade da Igreja: sendo a mesma em toda parte, pelo mesmo Evangelho, a mesma profissão de fé e pela mesma organização visível, ela tem, ao mesmo tempo, faces muito diferentes, de acordo com as culturas onde ela está inserida. Foram 3 semanas de reuniões com a presença quase diária do Papa Francisco e com representantes dos episcopados do mundo inteiro, além de outros membros da Igreja. Não se tratou de um Parlamento, onde a maioria decide, ou os partidos tentam negociar composições e compromissos, para vencer um debate… Procuramos todos falar com liberdade e colocar-nos à escuta do outro, na tentativa de discernir o que o Espírito de Deus ensina.
2. O Sínodo tratou de muitos temas relativos à família: no seu parecer, quais serão as contribuições que mais deixarão marcas no presente e no futuro da família?
R. De fato, mesmo se o tema específico foi “a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade contemporânea”, foram abordados praticamente todos os temas referentes ao casamento e à família. Creio que o resultado foi muito positivo e algumas questões apareceram claras: uma renovada valorização da família pela Igreja, como realidade boa e querida por Deus; o casamento entre um homem e uma mulher dá início a uma família; a família tem uma missão importante em relação a cada pessoa, à comunidade humana e à Igreja; muitas situações novas e complexas envolvem hoje a família e requerem a atenção pastoral renovada da Igreja, que precisa estar próxima das famílias marcadas pela dor e todo tipo de sofrimento. A Igreja, ao mesmo tempo que convida todos a acolherem a Boa Nova de Jesus, precisa olhar com paciência e misericórdia os casais e as famílias que vivem em situações contrastantes com o  ensinamento do Evangelho.
3. Há esperança de que no futuro haja menos casais separados, divórcios e casais em segunda união?
R. A Igreja é sempre animada pela esperança. Mas o Sínodo refletiu muito sobre a necessidade da boa preparação para o casamento cristão e o casamento em geral. Creio que a preparação para o casamento deverá ser uma das ações principais da pastoral da família, de maneira que haja menos casamentos nulos ou divórcios no futuro. Precisamos perseverar, na certeza de que Deus não pede coisas impossíveis aos homens. É possível casar, perseverar e ser feliz no casamento.
4. Antes do Sínodo, criou-se uma grande expectativa sobre a questão da comunhão eucarística aos divorciados e recasados. Após o Sínodo, esses casais podem ou não receber a Eucaristia?
R. O Sínodo não tinha a missão de “resolver” essa questão, pois a natureza do sínodo é consultiva, e não decisória. O Sínodo refletiu com intensidade sobre isso e ofereceu algumas indicações ao Papa em relação ao eventual acesso à mesa eucarística dos casais que vivem em segunda união. Permanecem válidas as indicações dadas pelo Papa São João Paulo II na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, de 1981. A resposta não consiste num generalizado “pode”, ou “não pode”. Os casos não são todos iguais. Em algumas situações, pode haver uma permissão especial para comungar. O que o Sínodo falou com clareza é que esses casais não estão excomungados, nem devem se considerar como tais; são filhos da Igreja e têm muitas possibilidades de se sentirem parte da Igreja e em comunhão com Deus. Além da comunhão eucarística, há a comunhão de fé, da escuta e vivência da Palavra de Deus, da oração comum, da caridade, da participação na missão da Igreja…
5. O que a Igreja ganhou com o Sínodo? Valeu a pena realizar essa assembleia?
R. Creio que ganhou muito e o Sínodo sobre a família valeu muito a pensa. Houve uma nova tomada de consciência em relação à família e sobre a necessidade de uma nova pastoral familiar. Além disso, ficou muito clara a percepção de que é necessário haver uma espécie de aliança entre a Igreja e a família. O conceito de “Igreja doméstica”, aplicado à família cristã, vai ter maior relevância daqui por diante. Por outro lado, não deixou de ser profético para o mundo que a Igreja se ocupasse tão intensamente com a família nesta época, para dizer uma palavra clara e orientadora sobre essa célula básica da sociedade e da Igreja.
6. Falou-se em “lei da gradualidade”, aplicada à situação dos divorciados e recasados civilmente. Que significa isso?
R.É um conceito usado na teologia moral e sistemática: nem todos fazem a profissão de fé com a mesma intensidade, podendo haver um crescimento e amadurecimento na fé. Para a mesma ação humana objetiva, a responsabilidade moral subjetiva pode ser diferente, dependendo de uma série de fatores; nem toda ação virtuosa tem o mesmo grau de perfeição, podendo haver crescimento na virtude. Em relação aos casais divorciados, a responsabilidade pela quebra da aliança matrimonial não é sempre igual para as duas partes. Assim também, os casais que vivem em segunda união, também podem estar vivendo graus diversos de responsabilidade moral subjetiva por essa situação; uma, é a de quem causou a separação e outra, a situação da parte inocente numa separação. Este é um fator a ser considerado no acompanhamento dos casais em segunda união.
7. O Relatório final do Sínodo, nos parágrafos 84 e 85, fala do acompanhamento pastoral dos casais em segunda união, da necessidade de confrontar-se com a sua consciência. Significa que depois disso já podem aproximar-se da comunhão eucarística?
R.. Na consciência moral, a pessoa se confronta com Deus e toma suas decisões morais. A consciência moral subjetiva é importante, mas ela precisa confrontar-se com a norma moral objetiva. No caso do divórcio e de uma nova união, há uma questão moral objetiva, que não pode ser desconsiderada e as decisões não podem ficar simplesmente por conta da consciência subjetiva. Por isso é necessário que esses casais busquem e recebam a ajuda do sacerdote para fazer o adequado discernimento. O Sínodo evitou de deixar a decisão simplesmente por conta da consciência moral subjetiva.
8. No parágrafo 86 fala-se da necessidade do acompanhamento pastoral pelo sacerdote, para fazer o discernimento sobre casa situação. O padre pode decidir sobre a participação desses casais na comunhão?
R. Acompanhamento, inclusão e misericórdia foram conceitos usados com abundância no Sínodo A Igreja, nas realidades locais, precisa acompanhar, ou seja, tornar-se próxima das situações de casais em crise, ou que se divorciaram, ou que se casaram de novo no civil, após uma separação. Apesar de tudo, essas pessoas não devem ser abandonadas, condenadas ou excluídas da comunidade; há necessidade de discernir, orientar, indicar vias de participação na vida e missão da Igreja. Há situações em que será necessário encaminhar para o reconhecimento da nulidade. A participação da comunhão eucarística é importante, mas esta não deve ser a única preocupação pastoral. Nas indicações dadas pelo Sínodo não consta que o padre esteja autorizado a decidir pelo casal, de modo generalizado, sobre a participação na comunhão eucarística.
9. Haverá ainda uma palavra do Papa sobre o assunto?
R. O Sínodo consultivo e, por si mesmo, não lhe cabia tomar nenhuma decisão. O Papa convocou a assembleia do Sínodo para ouvir a Igreja sobre as questões relativas ao casamento e a família, através dos seus pastores locais. Isso foi feito, o Papa ouviu atentamente e recebeu o relatório final, com as indicações dos participantes do Sínodo. Agora, depois de algum tempo, certamente haverá uma palavra “de autoridade” do Papa, como aconteceu nos Sínodos anteriores. Vamos continuar a rezar e aguardar

Cardeal Odilo P.Scherer
Arcebispo de São Paulo
Publicado em O SÃO PAULO, 26.10.2015

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Papa encerra Sínodo: só o encontro com Jesus dá força para confrontar dificuldades

 
Durante sua homilia, o Pontífice comentou as leituras da liturgia do dia que “apresentam-nos a compaixão de Deus, a sua paternidade, que se revela definitivamente em Jesus” e assinalou que “somente o encontro com Jesus dá ao homem a força para confrontar as situações mais graves”. Além disso advertiu acerca do risco de cair em uma “espiritualidade da miragem” e em “habituais da graça”.

O Santo Padre citou o povo hebreu deportado a Babilônia e afirmou: “A sua paternidade abre-lhes um caminho desimpedido, um caminho de consolação depois de tantas lágrimas e tantas amarguras. Se o povo permanecer fiel, se perseverar na busca de Deus mesmo em terra estrangeira, Deus mudará o seu cativeiro em liberdade, a sua solidão em comunhão: e aquilo que o povo semeia hoje em lágrimas, recolhê-lo-á amanhã com alegria”.

“O crente é uma pessoa que experimentou na sua vida a ação salvífica de Deus. E nós, pastores, experimentamos o que significa semear com fadiga, por vezes em lágrimas, e alegrar-se pela graça duma colheita que sempre ultrapassa as nossas forças e as nossas capacidades”, acrescentou.

“Jesus é o Sumo Sacerdote grande, santo, inocente, mas ao mesmo tempo é o Sumo Sacerdote que tomou parte nas nossas fraquezas e foi provado em tudo como nós, exceto no pecado. Por isso, é o mediador da nova e definitiva aliança, que nos dá a salvação”.

Em seguida, o Papa disse: “O Evangelho de hoje fala da cura do cego do Jericó, Bartimeu, foi libertado graças à compaixão de Jesus. Uma passagem através da qual Jesus se comove pelo seu pedido, se interessa pela sua situação. Não se contenta em dar-lhe uma esmola, mas quer encontrá-lo pessoalmente”.

“Não lhe dá instruções nem respostas, mas faz uma pergunta: ‘Que queres que eu faça?’. Poderia parecer uma pergunta inútil: que poderia um cego desejar senão a vista? E, todavia, com esta pergunta feita ‘cara a cara’, de maneira respeitosa, Jesus manifesta que deseja escutar as nossas necessidades”.

O Pontífice sublinhou: “Deseja um diálogo com cada um de nós, feito de vida, de situações reais, que nada exclua diante de Deus. Depois da cura, o Senhor diz àquele homem: ‘A tua fé te salvou’. Em efeito, somente o encontro com Jesus dá ao homem a força para enfrentar as situações mais graves”.

“Os discípulos de Jesus, isto é, os cristãos, estão chamados a pôr o homem em contato com a Misericórdia compassiva que salva”.

Continuou: “Quando o grito da humanidade se torna, como o de Bartimeu, ainda mais forte, não há outra resposta senão adotar as palavras de Jesus e, sobretudo, imitar o seu coração. As situações de miséria e de conflitos são para Deus ocasiões de misericórdia. Hoje é tempo de misericórdia! ”.

Francisco explicou que “existem algumas tentações para quem segue Jesus. O Evangelho de hoje põe em evidência pelo menos duas. Nenhum dos discípulos pára, como faz Jesus. Continuam a caminhar, avançam como se nada tivesse acontecido. Se Bartimeu é cego, eles são surdos: o seu problema não é problema deles. Pode ser o nosso risco: face aos contínuos problemas, o melhor é continuar para diante, sem se deixar perturbar. Desta maneira, como aqueles discípulos, estamos com Jesus, mas não pensamos como Jesus”.

Pois “estão dentro do seu grupo, mas perdem a abertura de coração, perdem a admiração, a gratidão e o entusiasmo e corre-se o risco de tornar-se ‘consuetudinários da graça’. Podemos falar d’Ele e trabalhar para Ele, mas viver longe do seu coração, que Se inclina para quem está ferido”, expressou o Santo Padre.

Esta é a tentação de uma “’espiritualidade da miragem’: podemos caminhar através dos desertos da humanidade não vendo aquilo que realmente existe, mas o que nós gostaríamos de ver; somos capazes de construir visões do mundo, mas não aceitamos aquilo que o Senhor nos coloca diante de olhos. Uma fé que não sabe radicar-se na vida das pessoas, permanece árida e, em vez de oásis, cria outros desertos”, destacou.

O Pontífice ainda disse em sua homilia que “existe uma segunda tentação: cair numa ‘fé de tabela’. Podemos caminhar com o povo de Deus, mas temos já a nossa tabela de marcha, onde tudo está previsto: sabemos aonde ir e quanto tempo gastar; todos devem respeitar os nossos ritmos e qualquer inconveniente os perturba. Corremos o risco de nos tornarmos como ‘muitos’ do Evangelho que perdem a paciência e repreendem Bartimeu. Mas Jesus, pelo contrário, quer incluir, sobretudo quem está relegado para a margem e grita por Ele”.

As últimas palavras do Papa estiveram dedicadas ao agradecimento aos participantes do Sínodo:


“Agradeço-vos pela estrada que compartilhámos tendo o olhar fixo no Senhor e nos irmãos, à procura das sendas que o Evangelho indica, no nosso tempo, para anunciar o mistério de amor da família. Continuemos pelo caminho que o Senhor deseja. Peçamos-Lhe um olhar são e salvo, que saiba irradiar luz, porque recorda o esplendor que o iluminou. Sem nos deixarmos jamais ofuscar pelo pessimismo e pelo pecado, procuremos e vejamos a glória de Deus que resplandece no homem vivo”, concluiu.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sínodo: grande atenção às famílias com dificuldades

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“A maioria dos participantes do Sínodo sobre a Família julga necessário encontrar soluções a respeito dos sacramentos para os divorciados recasados” e “embora os bispos estejam ainda divididos sobre este tema, a novidade é que a maior parte da Assembleia concordou que ‘não fazer nada ou mudar tudo’ não são posturas representativas ou realistas”.
Foi o que adiantou Padre Federico Lombardi ontem (12) na coletiva aos jornalistas encarregados da cobertura do Sínodo dos Bispos, na Sala de Imprensa do Vaticano.
Divorciados e recasados
Os 270 padres sinodais, cardeais, bispos e sacerdotes que participam da Assembleia começaram a debater sobre a terceira parte do “Instrumentus Laboris” (documento de base), que inclui a questão dos divorciados que contraíram novo matrimônio.
Alguns explicaram que apesar de mudar a doutrina não ser possível, se pode conjugar ‘verdade e misericórdia’ e estudar ‘soluções e caminhos pastorais’ para os divorciados que se recasaram civilmente. Outros, no entanto, expressaram uma posição ‘negativa’ sobre dar a comunhão a estes fiéis.
Padre Lombardi explicou que este tema foi abordado na sessão de sábado:
“Alguns pronunciamentos – poucos – eram contrários; mas é preciso lembrar que isto era sempre no contexto da atenção da Igreja por todas as pessoas que se encontram em situações difíceis e que é necessário encontrar também maneiras para lhes fazer sentir integrados na vida da Igreja, e a proximidade da Igreja”.
Blog e presumível carta com críticas
Sobre as divisões entre os participantes, um blog de informação religiosa publicou uma carta que treze cardeais teriam enviado ao Papa denunciando que a metodologia utilizada no Sínodo é intencionalmente ‘pilotada’ para que seja dominado pelo problema teológico/doutrinal da comunhão aos divorciados que se recasaram.
O Diretor da Sala de Imprensa não quis comentar a existência do documento, mas fez notar que alguns cardeais (presumivelmente) signatários desmentiram ter participado da redação desta carta.
Relatio Finalis

Enfim, o sacerdote esclareceu que a respeito do documento final, a “Relatio Finalis” que os padres sinodais deverão votar com suas propostas sobre a família no próximo dia 24 de outubro, será o Papa a decidir se publicá-lo ou não.
“O que hoje não sabemos ainda com certeza é o que o Papa decidirá sobre a Relatio. Ele pode fazer como ano passado e ordenar a sua publicação imediata; ou dizer aos padres sinodais: ‘Obrigada, eu a tenho para mim e faço uma Exortação Apostólica’. Pode também receber, refletir e publicá-la depois de alguns dias”.
No Sínodo extraordinário sobre o mesmo tema, em outubro de 2014, Francisco decidiu publicar o documento.
Por Rádio Vaticano

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Papa Francisco acusa mundo político de não apoiar a família

Papa Francisco abençoa criança na Praça São Pedro, no Vaticano  (Foto: Alessandra Tarantino/AP)
O papa Francisco acusou nesta quarta-feira (7) os políticos de não apoiar a família, preferindo modelos chamados "inclusivos", mas "burocráticos" e "áridos".
"Não reconhecem a família", lamentou Jorge Bergoglio diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no terceiro dia de um sínodo especificamente dedicado a este tema.
"A organização da vida comum sempre tropeça em uma burocracia totalmente estranha para os laços humanos fundamentais" e os "usos sociais e políticos carregam sinais de deterioração - agressividade, vulgaridade, desprezo - que estão bem abaixo do nível de educação familiar, mesmo que mínimo", acusou.

Uma "robusta injeção de espírito familiar" na sociedade é necessária, recomendou o Papa, ressaltando que "o estilo das relações civis, econômicas, jurídicas, profissionais, cidadãs, parece muito racional, formal, organizado, mas também muito desidratado, árido, anônimo, e, por vezes, insuportável".
Este modelo "diz ser inclusivo em suas formas, mas abandona à solidão e descarta uma quantidade cada vez maior de pessoas".
"As famílias sabem bem o que é a dignidade de se sentir filho ou filha, e não escravo ou estrangeiro, ou apenas um número em um cartão de identidade", observou.

Papa Francisco visitará o México em 2016

Papa Francisco chega para o sínodo dos Bispos nesta segunda-feira (5) no Vaticano (Foto: TIZIANA FABI/AFP)
Papa Francisco vai visitar o México em 2016, informou nesta terça-feira à AFP o porta-voz doVaticano, padre Federico Lombardi.
As datas e a agenda da viagem ainda não foram definidas.
A notícia foi antecipada para a correspondente da televisão mexicana Televisa, a quem Lombardi confirmou que Francisco viajará "no ano que vem" a seu país.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Papa Francisco defende família tradicional O "amor duradouro, fiel, fértil, que é cada vez mais objeto de deboches e considerado como algo antiquado"

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O papa Francisco defendeu a indissolubilidade do casamento, condenou o divórcio e reiterou que a família é composta por um homem e uma mulher ao inaugurar neste domingo, no Vaticano, o sínodo sobre a família.
Em sua homilia, pronunciada durante a missa solene em São Pedro, diante de 400 cardeais e bispos de todo o mundo por ocasião da segunda assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a família em um ano, o papa reconheceu que a Igreja deve defender os valores tradicionais em um “contexto social e matrimonial bastante difícil”.
Aos prelados pediu que se “busque sanar os casais feridos com o óleo da misericórdia”, um princípio básico de seu pontificado.
Em seu discurso, o papa defendeu com tom claro e enérgico a doutrina sobre a família e citou textos de seus predecessores, João Paulo II e Bento XVI como líderes desse debate.
“Jesus, ante a pergunta retórica que dirigiram a Ele – provavelmente como uma armadilha, para fazê-Lo ficar mal ante a multidão que O seguia e que praticava o divórcio, como realidade consolidada e intangível -, responde de forma direta e inesperada: Ele restitui tudo à origem da Criação, para ensinarmos que Deus abençoa o amor humano, é Ele que une os corações de duas pessoas que se aman e os unem na unidade e na indissolubilidade (…) Jesus restabelece assim a ordem original e originante”, afirmou.
O papa defendeu o “amor duradouro, fiel, fértil, que é cada vez mais objeto de deboches e considerado como algo antiquado” e assegura que “o sonho de Deus é a união de amor entre homem e mulher”, princípio que repete em várias ocasiões.
Sobre o divórcio, Francisco reiterou que “o que Deus uniu, o homem não separa”, do Evangelho de São Marcos.
“É uma exortação aos crentes para superar toda forma de individualismo e de legalismo, que esconde um mesquinho egoísmo e o medo de aceitar o significado autêntico do casal e da sexualidade humana no plano de Deus”, disse.
O pontífice argentino fixou assim os parâmetros do encontro marcado pela confissão, na véspera, de um importante prelado do Vaticano que admitiu ser gay e ter um companheiro e que foi imediatamente destituído.
Feridas contemporâneas
Ante um contexto social e moral tão difícil, como caracterizou, Francisco convidou a Igreja moderna a “não esquecer sua missão de bom samaritano da humanidade ferida”.
Um convite que ele faz desde o início de seu pontificado em março de 2013.
Ao homem moderno, que sofre o “drama da solidão”, aos refugiados, as jovens, às vítimas da “cultura do descartável”, ao homem “atraído pelos prazeres da carne”, o papa promete a ajuda da Igreja.
“Viver sua missão na caridade que não aponta com o dedo para julgar os demais e sim – fiel a sua natureza como mãe – se sente no dever de buscar e curar os casais com o óleo da acolhida e da misericórdia; de ser ‘hospital de campo'”, com as portas abertas para acolher quem pede ajuda e apoio; de sair do próprio recinto para os demais com amor verdadeiro, para caminhar com a humanidade ferida, para inclui-la e conduzi-la à salvação”,
“A Igreja deve buscar, acolher e acompanhar, porque uma Igreja com as portas fechadas trai a si mesma e a sua missão, e, ao invés de ser ponte, se transforma em barreira”, concluiu.
Temas complexos
De 4 a 25 de outubro, cerca de 400 cardeais e bispos, provenientes de todos os continentes, debaterão pela segunda vez em um ano sobre os desafios encarados pela família católica, em crise diante das mudanças da sociedade moderna.
Uma série de questionários enviados a pedido do Papa às dioceses de todo o mundo colocaram em evidência a distância entre a doutrina severa da Igreja e a prática dos fiéis.
O primeiro sínodo ou assembleia de bispos sobre a família, celebrado há um ano, revelou as profundas tensões e divergências que reinam dentro da Igreja católica, apesar de compartilhar uma série de conceitos básicos.
Os 360 “padres sinodais” convidados pelo Papa, desta vez sabiamente escolhidos entre conservadores e progressistas, debaterão sobre temas delicados, sem a obrigação de chegar a uma conclusão.
Pela primeira vez 18 casais participarão dos debates, que deverão apresentar sua própria visão como leigos diretamente envolvidos.
Para o Papa, a família tradicional está vivendo uma crise profunda, que afeta o conjunto da sociedade e em particular a Igreja, de cujas diretrizes oficiais muitos fiéis se afastaram.
Francisco, que se apresenta como um religioso aberto ao diálogo, disposto a ouvir as partes, é um conservador em assuntos doutrinários.
Embora tenha reconhecido recentemente que é justo e necessário que um casal se separe quando há violência, reiterou em seus quase três anos de pontificado a condenação ao aborto, ao casamento homossexual e à eutanásia, embora com um tom menos agressivo e reivindicativo em comparação com seus antecessores.
O principal conflito que os bispos enfrentarão gira em torno dos divorciados que voltam a se casar.
Para a Igreja o casamento é indissolúvel e não reconhece o divórcio civil, razão pela qual não permite que os católicos divorciados que voltam a se casar recebam a comunhão.
Livros, petições, simpósios de um lado e de outro pedem de um lado maior flexibilidade e do outro exigem a inviolabilidade da doutrina.
Uma petição lançada há vários dias na página Change.org, a pedido de vinte teólogos de todo o mundo, solicita ao Papa e ao Sínodo que autorize a comunhão aos divorciados que voltam a se casar.
A petição já superou as dez mil assinaturas.
Reina um clima tenso, com membros do clero que chegam a se acusar mutuamente.
Muitos temem que no decorrer deste ano tenha se constituído um núcleo duro, “dedicado mais a frear que a propor” reformas, afirmaram à AFP fontes religiosas.
No início de setembro, o Papa simplificou o procedimento para declaração de nulidade do casamento, que também será gratuito, resolvendo antecipadamente um dos problemas.
A reforma democratizou o trâmite, mas não modificou os motivos que justificam as anulações, assunto que será abordado durante o sínodo.

Francisco deverá elaborar, se assim decidir, um documento Papal que para muitos observadores marcará a direção que seu pontificado tomará.